(Capítulo remasterizado em 17 de janeiro 2025)
Abertura alternativa pelo youtube
(...)
— Você tá falando sério? — Perguntava Gary em uma chamada de
vídeo no celular do Ketchum, ele estava com a Iris no sofá de um apartamento na
cidade de Newport. Ash ainda estava um pouco alterado e parecia com muito sono.
— É verdade Gary, porran… irck! — Ketchum soluçou. — Agora é
isso, se elas não conseguirem, acabou tudo… — Ash dizia quase fechando os
olhos, Gary se mantinha sério e encarava também a amiga do rapaz que estava
acenando para ele.
— Oiiii!! Gary, né? Tudo bom?? — Ela perguntava toda boba, ainda
bêbada e animada.
— Sim… — O cabelos laranjas tentava ignorá-la. — Então vocês
passaram para a ver a mãe adotiva dela antes, certo? Foi em qual hospital?
— Por quê isso importa?
— Só me diz! — Pediu, quase que gritou com o rapaz, mas
conseguiu se segurar.
— Hospital Elizabeths! — Quem acaba respondendo é a garota
morena.
— Ou, eu ia falar isso! — Ash reclama e ela dá uma bitoquinha na
bochecha dele.
— Vou ter que desligar aqui, não morra. Tenho certeza que suas
amigas vão conseguir. — Gary tenta dar apoio antes de desligar.
— Espera Gary, não vai agora… eu… eu tô morrendo de sono… — Ash
que desliga a chamada e joga seu celular no outro lado do sofá, abraçando a
olhos castanhos. — Iris, vou apagar. Me avisa se acontecer alguma coisa.
— Tá bem, vou assistir desenho por enquanto. — Ela muda o canal
na tv da sala onde estavam e começa a fazer carinho nos cabelos negros e lisos
dele, Iris tava tão bêbada que o tempo no momento parece que não existia mais,
suas pálpebras estavam loucas para se fechar.
(...) [Antiga fazenda
Sullivan da ilha Moesko]
A grande residência estava bem à frente das garotas e do antigo
dono. Era simples, com uma arquitetura retangular, branca, e no momento parecia
até abandonada. A vegetação crescia desgovernada, e a grama, bem suja, porém
ainda bastante verde a rodeava. Um rancho existia um pouco do lado de fora e
tinha um celeiro atrás do lugar, cercas limitavam toda a fazenda.
— Tem alguém morando aqui mesmo? parece abandonado. — May via as
cortinas batendo nas janelas da frente.
— Me contaram a anos atrás que uma família estava vivendo aqui.
— O faroleiro se defendia da chuva com o braço direito acima da cabeça, usando
sua capa azul.
— Vamos até o poço. Fica atrás da fazenda? — Pergunta Serena e o
velho confirma.
Ao irem atrás da residência, notam que não existia mais poço por
ali, fazendo Richard ficar um pouco confuso, mas logo percebe o que aconteceu.
— Parece que eles cobriram o poço com alguma dessas cabines. —
Dizia o Morgan vendo várias espalhadas atrás da fazenda, eram tecnológicas e
brancas.
— Tanto o celeiro quanto o rancho parecem não ter animais. —
Lillie avisou se aproximando deles.
— Mudaram tantas coisas, não se parece mais o lugar onde tive a
melhor parte da minha vida… — Richard segura seu chapéu olhando o celeiro,
parecia que os raios ficavam mais fortes.
— Passaram quase 50 anos, Richard. Muitas coisas mudam, e até
que é melhor assim, né? Você tinha lembranças muito ruins daqui também. —
Serena tentava confortar, falou pondo a mão no ombro dele.
— Pessoal, as cabines estão trancadas e acho que não tem ninguém
em casa. — Alertou novamente Lillie após bater na porta de trás.
— Isso explica porque ainda não tomamos um tiro de um
fazendeiro. — May fala e entra no rancho.
— Bom, com certeza as chaves estão dentro da casa, vamos
arranjar um jeito de entrar. — Serena analisa os locais possíveis para entrar e
viu que as melhores opções que tinham era quebrar algumas tábuas que tapavam as
janelas do térreo ou escalar até uma das janelas do primeiro andar que parecia
estar aberta. Precisavam de algo para alcançar lá em cima.
— Tem uma escada aqui! — May avisa. — Pode deixar que eu subo,
só segura bem pra eu não cair. — A garota de bandana vermelha pediu e logo
entrou na residência depois que Serena e o Faroleiro levantaram e seguraram a
escada.
Ela entrou em um quarto com apenas tralhas e equipamentos
quebrados de vídeo e peças de dvds, vhs e computador, além de muita teia de
aranha. Andando rápido, May saiu do quarto resistindo à vontade de fazer a
clássica pergunta “Oi? Tem alguém aí?” e assim evitar alguém armado aparecer.
Perguntava a olhos azuis caminhando pelo corredor, tudo na casa estava escuro e
empoeirado, ela acendia as luzes por onde passava. Ao descer as escadas, já
ficou morrendo de medo depois de ver diversos homens mortos próximo da
televisão, petrificados e sendo ainda devorados por insetos e larvas.
Alguns deles tinham partes de seus ossos expostos.
Vestiam um traje preto com detalhes amarelos e pareciam que eram
de alguma pequena empresa pessoal que trabalhava com vídeos pelo que deu pra
entender. Ao redor dos corpos se encontrava a TV, que estava em estática.
(...) [Ash Ketchum]
— De novo? — Se perguntou o garoto no sonho da mesma floresta
sombria de antes. Caminhou, cambaleando, parecendo estar com enxaqueca, e viu
Samara sentada na beira do precipício, vendo o mar bater nas rochas.
— Oi Ash. Se divertindo? — Perguntou Samara, em tom triste,
ainda observando as águas. Onde estavam agora lembrava muito onde Anna em 1978
tentou cometer suicídio.
— Me diverti um pouco, você não parece mais a garota brava e
tarada que vi mais cedo. — Ash senta ao lado dela sem medo algum, sabendo que
isso era só mais um sonho.
— É torturante sempre ficar presa aqui, nessa versão alternativa
da Ilha Moesko. Se não posso descansar em paz… — A fantasma atira uma pedra na
água usando sua telecinese. — Eu quero ficar com alguém.
— Samara, eu não posso ficar com você. Eu tenho gente que
precisa de mim. — Ash notou as lágrimas negras descendo do rosto coberto da
cabelos molhados.
— Por quê ninguém me ama? É por quê eu não conseguia falar com
ninguém? Não era culpa minha. — Samara agarra na jaqueta do rapaz.
— Calma, você tá falando comigo aqui não está?
— É porque você tá na minha cabeça. — Samara o abraça, pondo o
rosto dela no ombro direito dele. — Na verdade, seu sonho entrou no meu plano
físico, fazendo assim eu conseguir me comunicar com você. Ash, eu tenho tanto
ódio guardado em mim por tudo o que aconteceu…
— Sabe, eu morro de medo de você. Mas como você quer me
conquistar sendo alguém assim? Não pode, Samara. — O Ketchum tenta fazer cafuné
na cabeça dela. — Que tal você desistir de matar minhas amigas e — Não! — A
garota de pele cinza se afasta do abraço. — Não vai fazer joguinhos
psicológicos comigo, e eu sei que você não é igual aos outros! Eu sei que você
ia dizer que ia dar uma chance pra mim se eu fosse boa, mas não é isso, Ash…
Não dá… — Samara se levanta chorando, com as veias do corpo dela surgindo explicitamente
e ficando negras e pulsantes. — Eu tô presa em uma maldição, eu não consigo
ficar em paz! — As águas embaixo do precipício ficam muito agitadas e fortes.
— Então é isso né. Você ainda vai querer me matar também. — O
Ketchum também se levanta. — Mas você sabe que não vou deixar assim tão fácil,
mesmo você sendo uma gostosona.
— Idiota. — Chorando, ela abre um pequeno sorriso, mas logo
desfaz ele ao pressentir algo. — Tem gente se aproximando do meu corpo!
(...) [Antiga fazenda
Sullivan, ilha Moesko]
— Eles devem ter assistido a fita também, mas como a fita saiu
daqui e parou lá na namorada do Ben? — Pergunta Serena destrancando uma das
cabines.
— Se eu me lembro, parece que foi uma amiga dela que emprestou a
fita, talvez fosse amiga desses caras. — Dizia May tentando não ficar muito
perto dos cadáveres, Lillie rondava a fazenda inteira com seu cérebro
processando todas aquelas informações.
— Okay, nessa cabine só tem cadeira, computador, fita e
aparelhos de vídeo. — Disse Serena.
— O poço deve estar naquela última, era lá que ficava antes,
então é impossível de terem mudado. — Disse Richard. — Essas fitas VHS me dão
muitas lembranças boas da Samara.
— Ela ameaçava te matar em 7 dias após assistirem? — Caçoa
Haruka.
— Claro que não. Samara sempre foi calada, mas eu ela amava
assistir filmes comigo. Os favoritos dela eram de comédia romântica, sempre
adorou ver lindos casais se formando… parecia que ela queria muito esse tipo de
coisa, encontrar um namorado do tipo dos
filmes dela. Eu não sei o que aconteceu com ela no decorrer dos anos, foi muito
pesado para mim. — O Richard chorava novamente lembrando de sua filha. — Por
quê ela mudou tanto, Deus? — Se perguntou se ajoelhando na lama, agarrando a
grama com as mãos. — Ela não era a filha do diabo, porque ela conseguia fazer
aquelas coisas??
— É isso! Agora entendi tudo! Gente, eu entendi tudo! — Lillie
corria até perto de Morgan e May, Serena tinha acabado de destrancar a cabine e
viu o poço tapado com uma tampa de concreto com um JC em alto relevo.
— Diz logo, tô indo ajudar Serena ali. — May apressa.
— Como eu também assisti a fita, notei que Samara deve ter usado
seus poderes psíquicos e projetou suas visões em uma fita de videocassete,
depois que todo esse pessoal construiu essas cabines de vídeo aqui e tudo mais.
— Explicava Lillie. — Se Ashley Williams estiver certo sobre maldições de
fantasmas, ela criar a maldição de matar em 7 dias após alguém assistir a fita,
foi porque ela morreu no poço em 7 dias, e isso se junta com o carinho que ela
tinha por assistir tantos filmes em fitas vhs.
— Nerd desgraçada! — A cabelos castanhos ficou impressionada. —
Mandou bem demais, agora vem ajudar a empurrar essa tampa aqui!
— O-okay! — A loira corre até a cabine, Richard Morgan se
aproxima desapontado.
— Ela morreu com tanto ódio assim? Foi tudo culpa minha, eu a
devia ter salvo.
— Talvez o ódio não fosse todo por sua causa, ela até agora
mostrou ser uma fantasma do mal, não vingativa. — Lillie junto com as outras
empurra a tampa, que cai do outro lado do chão. Martelos e outras ferramentas
estavam presas em uma estante naquela cabine. — De fato, não vamos poder saber
a resposta agora do que realmente fez ela conseguir ter poder para ressurgir
novamente dessa forma. — A Loira explicou.
— Peguem a corda, deixem que eu desço. Se tiver algo aí dentro
eu prefiro que me ataque do que vocês. — O Faroleiro diz sério pegando a corda
grossa e amarela que estava por ali. — O velho aqui ainda tem forças!
(...)
— Toma cuidado! — Pede Serena, as meninas seguravam a corda
enquanto Richard descia lentamente até lá, uma lanterna estava amarrada no
chapéu dele.
— Vocês são tipo caça-fantasmas pra entender tanto assim dessas
coisas? — Perguntou mirando a lanterna em uma barata sem-vergonha.
— Não, a gente só teve a proeza de cair na mesma enrascada 2
vezes seguidas. — Respondeu Serena levemente rindo, parecia animada já que
faltava pouco para dar tudo certo.
— Mas até que é legal resolver esses mistérios, é uma profissão
que até daria uma olhada. — Disse agora a olhos verdes.
— Lillie, caçar fantasmas não é uma profissão. Achei que queria
ser cientista.
— Eu posso ser os dois, oras. Me interessei por essas coisas. —
Responde May.
— Também confesso, que, tirando a vida da gente e do Ash estar
em jogo, também me interessa muito nesse ramo de investigações. — Comentou
Serena, Richard havia chegado no fundo do poço onde a água já havia secado a
muito tempo, restando apenas uma camada de lama endurecida e o esqueleto velho
e podre de sua filha, que estava deitado em posição fetal.
— Samara… me desculpe, querida. GAROTAS, JOGUEM A OUTRA CORDA! —
Gritou o Morgan e May faz o que ele pediu. Enquanto ele amarra de alguma forma
que possa segurar todos os ossos da falecida garota, a garota de jaqueta
vermelha continuou a conversa.
— Sempre gostamos de assistir filmes de terror, suspense e
mistérios, talvez seja por isso.
— A gente né, a Iris e o Ash sempre ficavam com medo, hihi. —
Serena ria lembrando de algumas coisas.
Após puxarem de volta o Faroleiro e depois o esqueleto aos
poucos, a patricinha foi até a van buscar os itens para queimar os ossos da
assombração.
(...) [Ash e Iris, 10
minutos depois…]
O telefone de Iris tocava, ela e o Ketchum estavam adormecidos
sentados com as cabeças encostadas uma na outra, a filha de Drayden acorda
parecendo que estava com enxaqueca e lentamente pega o celular, o atendendo em
seguida.
— Que é?
???: — Sou eu ô, não viu o nome na chamada?
— Desculpa Lillie, eu tive uns problemas… conseguiram?
Lillie: — Sim, pode dizer ao Ash que tá tudo bem agora, já vamos
ir buscar vocês, onde vocês estão?
A cabelos roxos passa o endereço e desliga o celular bastante
alegre, ela pensa um pouco se deveria acordar o Ash ou não, mas acaba decidindo
que era melhor dizer logo a notícia para ele, vai que o Ketchum estava em um
pesadelo.
— Uhn? O quê? — Ash acordou com o braço sendo empurrado.
— Elas conseguiram Ash, queimaram o corpo da Samara! — Iris diz
e pula do sofá.
— Sério mesmo? Eu tava conversando com ela agora pouco no meu
sonho. — Comentou o garoto meio confuso, mas depois o sonho acabou e eu comecei
a sonhar com outras coisas.
— Não tá animado?
— Claro que sim, é que… sabe aquela sensação esquisita que ainda
tem algo errado?
— Não… para com isso, deu tudo certo, agora vai fazer um lanche
pra gente com aquelas coisas do mercado que a gente roubou! — Sorrindo, a
garota o ajuda a levantar.
— Puta merda, e as consequências do que a gente fez hoje? A
polícia daqui deve tá me procurando… cacete, que dor de cabeça, meu corpo
inteiro dói. Nunca mais eu bebo. — Ash acaba rindo enquanto ia na cozinha.
— Nem eu! — A morena dos cabelos roxos trocava de canal,
procurando algo melhor pra assistir por enquanto. — Ah, fala sério. — Reclama
agora assistindo na TV uma garota de cabelos negros e longos saindo lentamente
de dentro de um poço, a metros da câmera. — Ash, começou o jornal! Mais uma
garota branca caiu num poço.
— De novo? — Perguntou Ash confuso enquanto procurava uma
panela.
— Hoje 50 negros foram espancados pela polícia, mas o mundo só
tá querendo saber da branquelinha que caiu no poço! — Iris continuava
reclamando, olhando sem saber para Samara que se aproximava da câmera.
— De que porcaria você tá falando? — O Ketchum volta para sala e
seus cabelos ficam em pé. — É a SAMARA!! — Gritou apontando se tremendo.
— Q-quê? M-mas as m-meninas disseram que queimaram o corpo dela.
— Iris fica se tremendo mais que vara verde e não sabe como reagir contra a
mulher saindo da televisão, engatinhando e molhando o eletrodoméstico e o
tapete.
— Corre Iris! — Ash segura na mão da morena e os dois fogem para
a porta de saída do quarto, mas o sofá voa girando pelo lugar com a telecinese
da fantasma, parando na frente da porta e bloqueando a passagem. Samara acaba
ficando em pé, de costas para a televisão, encharcada e pronta para levar o
rapaz com ela.
— E AGORA? — Gritou Iris muito nervosa vendo a fantasma
caminhando até eles.
Ash se joga na parte de cima da porta invés de perder tempo
puxando o sofá e a abre com a batida, Iris pula e escapa também, eles correm
pelo corredor gritando por ajuda e só agora notam que foram para o lado errado
e deram de cara com um corredor sem saída.
— Uh-oh. — Ash e Iris viam o sofá sendo arremessado contra a
parede frente a porta do quarto onde estavam antes, as luzes do local começam a
piscar, e em cada piscada, aparecia Samara se rastejando como um animal pelo
corredor na direção dos dois. Com um gemido gutural e grotesco, ela avança e
seus dedos rígidos seguram o chão, arranhando e quase quebrando o piso,
chegando mais e mais perto da dupla que parecia estar paralisada de medo.
Embora Samara esteja se arrastando deitada sobre o chão, seus pés avançam quase
ao lado de suas mãos, uma coisa estranha de se ver, semelhante a uma
contorcionista bizarra de algum circo de horrores profano.
— Você não vai encostar nele! — Iris entra na frente do Ketchum
e ao invés dela agarrar o rapaz, acabou pondo as mãos no pescoço da morena,
dando tempo pelo menos até Ash correr para a sala do zelador.
… — Samara empurra a garota, já que não podia matar ela, e com
seus poderes psíquicos trouxe diversos objetos do quarto para trancar ela e
aquela parte do corredor, bloqueando qualquer visão de algum morador que saísse
do quarto naquela área.
— Nem pelo menos pra ter um duto de ar aqui! — Ash reclamava e
Samara surge atrás dele. O Ketchum suspeitava disso, e, sem nem olhar, deu um
chute para trás, batendo o pé na barriga da assombração e a faz abrir a porta
novamente após derrubá-la no chão com as pernas abertas.
— Por quê você não usa calcinha em? — Perguntou o Ketchum corado após se virar.
… — Ela cobre a intimidade dela com o vestido enquanto se
levanta com vergonha, ela não falava no mundo normal como havia dito antes no
sonho.
— Essa não, não tem pra onde eu ir. Ah oi Iris.
— Oi Ash… — Iris chorava de uma forma engraçada trancada no chão
perto das tralhas, com a cerâmica de uma mesa acima dela e as cortinas que a
amarraram para não sair dali.
— Tá bem, você venceu. — Ash fechou os olhos, se virando de
costas. A fantasma aparece bem de frente a ele e segura a jaqueta do rapaz com
as duas mãos, revelando um de seus dois olhos vermelhos cor carmesim, o olho
dela estava tão aberto que parecia que ia saltar para fora, um pequeno sorriso
surge nos lábios da sinistra Morgan.
''Te peguei, agora você só vai ser meu, para sempre" — A
voz de Samara surgiu no cérebro de Ash.
— Você tá conseguindo falar comigo agora por aqui? O que…
Mmmmnn. — Ash se cala após Samara enfiar sua língua dentro da boca dele, em um
beijo obsceno e mortal.
— Quê QUE É ISSO?? — Iris se esbugalha vendo a cena, ainda
tentando se soltar.
"Você vai morrer diferente dos outros. Com um beijinho meu,
vou sugar toda a sua vida" — Ela ainda se comunicava com ele enquanto o
abraçava com força, fazendo alguns ossos estalarem. As veias do Ketchum
começaram a ficar negras e sua cor estava ficando mais pálida na parte
superior, principalmente na cabeça, pescoço e peito.
Ao ver sua vida sendo sugada e não podendo fazer nada, a imagem
das amigas do rapaz passam freneticamente na mente dele junto com a da mãe, mas
aí uma coisa estranha aconteceu. Samara saiu do beijo e começou a demonstrar
uma expressão de dor e inquietação, ainda segurando o Ketchum que acabou agora
de sofrer para recuperar o ar que havia fugido de seus pulmões.
— O que tá acontecendo? — Iris assistia o corpo de Samara
começar a rachar e luzes brancas e fortes saírem das rachaduras, rapidamente um
clarão enorme cega os dois jovens por alguns segundos.
Quando abrem os olhos novamente, Samara agora se parecia com uma
humana normal, porém parecia um espírito do bem e luminoso, bem semelhante a
jovem que era antes de ser morta.
— Samara? — Ash não tinha reação, parecia que todo o mal tinha
ido embora, ficando apenas o lado puro da Morgan. Seus cabelos lisos não
tapavam agora seu lindo rosto de belos olhos castanhos, e sua pele era branca e
sem nenhum ferimento nem inchaço de água.
— Ash, parece que todo o meu ódio se foi, não sei explicar. —
Ela falava e sua voz ecoava pelo corredor como a vibração sutil e doce de um
fio de prata. — Eu sinto que agora posso descansar em paz…
— Uhm? — A parte da vida do Ketchum que tinha sido sugada
parecia voltar para ele, Samara ainda mantinha suas mãos na jaqueta do moreno,
mas não o apertava mais.
— Me desculpa por tudo, eu não queria agir daquela forma, mas a
mamãe… ela... a mamãe… — Samara começou a se desintegrar aos poucos, enquanto
falava, seu espírito se dispersava no ar. Era a hora de ir descansar em paz.
— Samara… — Ash apenas via ela olhando nos olhos dele.
— Adeus Ash, diz ao meu pai que eu o amo e… também te amo! — Ela
o beija agora de forma mais gentil até que seus lábios se dispersam também. Ash
viu tudo sumindo e seu coração parecia ter sido chutado.
— Samara… — Repetiu agora o nome dela, vendo o último farelo
dela desaparecer, lágrimas queriam surgir nos olhos dele, estava prestes a
chorar.
— Me tira daqui!! — Iris se chacoalhava em baixo da mesa
extremamente agoniada e com ciúmes também diga-se de passagem. No outro lado da
montanha de móveis e objetos, alguns moradores estavam por ali entendendo nada,
um segurança já subia as escadas.
(...)
— A gente salva o mundo e eu ainda tenho que pagar o pato, é
cada uma. — Serena reclamava pagando uma grana preta na recepção do hotel de
Newport. Próximo dali, fora do lugar, os outros membros do grupo conversavam
com Richard ao lado da van.
— A minha garota — Richard fala chorando. — Obrigado Ash, você
foi o melhor namorado que a minha filha poderia ter tido! — O Faroleiro o
abraça, melando a roupa do Ketchum de lama, que o retribui sem graça.
— Não acho que foi o meu beijo que fez isso senhor, me solta por
favor! — Pedia o garoto sorrindo dando leves tapinhas nas costas do velho com a
mão direita.
— Acho que possa ter demorado um pouco para ser efetivo a
cremação dos ossos dela, mas… tem algo me encabulando agora. — Lillie estava
muito pensativa, ela abre a parte de trás da van e entra lá tentando entender
as novidades que tinha recebido.
Depois de Serena também ter que pagar a polícia local pelas
idiotices que Ash cometeu, ela entrou na van depois de todos estarem preparados
e se despediram de Richard.
— Tô muito feliz e puta com você. — Serena dizia saindo do
estacionamento. — Temos muito o que conversar, Ashinho. — Ela infla as bochechas de uma forma fofa,
dirigindo, parecendo um pouco chateada.
— Digo o mesmo! — May cruza os braços vendo a cara sonsa dele,
Lillie estava em outro universo no momento dentro de seus pensamentos e Iris
também o olhava com uma carinha fofa de ciúmes, mas não sabia o que dizer.
— Vou ouvir reclamações de vocês, dos pais de vocês, da minha
mãe, do diretor da escola, do departamento de polícia de Lincoln, Jesus! —
Proferiu indignado. — História da minha vida… — Ash cruza os braços deitando
suas pernas no banco e não olhando para nenhuma das meninas, do outro lado do
banco.
(...) [Washington D.C/
Hospital Psiquiátrico Elizabeth's/ Minutos antes de Samara desaparecer]
Uma enfermeira andava por um corredor branco, trazendo consigo
uma bandeja com um copo de água e alguns comprimidos. Era uma mulher vivida,
com cabelos brancos nascendo nos flancos da cabeça e muitas rugas ao redor dos
olhos. Enquanto andava meio apressada, ouvia-se o “blam!” de alguém se jogando contra a porta de uma sala, os gritos
de um outro alguém que se debatia em outra sala, os sussurros assustados de
mais um terceiro na sala seguinte. Mas a mulher não parou até chegar na porta
da última sala do corredor.
— “Rodando nós vamos, o mundo está girando, e quando ele para, é
só o começo.”
‘’A mesma música’’ — A enfermeira pensou, mas logo abriu a porta
e entrou. Anna Morgan estava sentada em sua cadeira de balanço, em frente a uma
penteadeira no canto da sala onde havia um grande espelho. Ela penteava seus
longos cabelos grisalhos.
— Senhora Anna. — A enfermeira disse colocando a bandeja sobre
o móvel. — Está na hora do remédio,
vamos lá, hoje será apenas um comprimido.
A velha olhou, relutante, mas pegou o comprimido, colocou na
boca e bebeu um longo gole no copo de água.
— Agora abra a boca para
eu verificar.
— Ahhh.
— Muito bem, senhora
Morgan. — E dizendo isto se virou, saiu do quarto e trancou a porta, deixando
Anna Morgan sozinha no quarto.
A senhora Morgan colocou seus dedos na boca, cutucando entre a
bochecha e a gengiva e retirou o comprimido intacto, colocando-o sobre a
penteadeira e continuando a pentear seus cabelos. Ela não sabia se estava no
quarto ou no quinto andar, não sabia quem era a enfermeira, não sabia de novo
quando tinha ido parar naquele local com barras de ferro nas janelas e paredes
acolchoadas, mas uma coisa ela sabia: jamais tomaria nenhum daqueles
comprimidos.
— O sol levanta, nós
suspiramos. — Então uma lufada de vento frio entrou no quarto, balançando as
persianas das janelas. — O sol se põe,
então nós morremos. — Entoou o final da música, esforçando o olho bom para se
ver no espelho enquanto penteava os cabelos. —
Parece que escureceu um pouco.
— Sim, escureceu muito. —
Uma voz sinistra responde e Anna sente duas mãos em seus ombros. A respiração
da velha fica descompassada e seu coração parece que vai saltar pela boca.
— Calma Anna, isto é só
coisa da sua cabeça, é só coisa da sua cabeça. — Ela repete várias vezes,
sentindo as mãos subirem lentamente para seu pescoço.
— Com certeza, isso tudo é coisa da sua cabeça. — A voz responde em um tom de deboche enquanto
as mãos começam a apertar o pescoço. A velha olha para o espelho, mas tudo o
que consegue ver é dois olhos cor de sangue brilhando e duas asas negras em
volta de um corpo oculto por um véu de negritude.
— Isso não… Isso não é…
— Sua voz fraca quase não sai, suas mãos
débeis tateiam pelo móvel até encontrar o comprimido. — Re-al. — Já sem forças, Anna Morgan ainda
consegue levar o comprimido até a boca antes do estalo seco dos ossos quebrando
ecoaram pelo quarto acolchoado.
— Faz um longo tempo que elimino alguém que realmente
mereça…— Quando as mãos soltaram o
pescoço, o corpo de Anne Morgan debruçou-se sobre a penteadeira. — Mas o Ash não pode morrer. Não agora. — Gary
olha bem para o corpo da velha Morgan. Estava soltando espuma pela boca e seus
olhos estavam vermelhos. Definitivamente estava morta. Mas havia algo que
chamava atenção e Gary afastou os cabelos da velha para conseguir ver direito.
Era uma tatuagem, estranha e bem antiga, mas que ainda dava para
entender muito bem: era um círculo maior com várias runas e um círculo menor em
seu interior; dentro do círculo menor, por sua vez, haviam ainda mais três
círculos, o primeiro ao lado do segundo e o terceiro em cima de ambos.
— Ora vejam só. — Gary então arremessa o corpo da velha contra
a janela, fazendo o mesmo bater contra as barras de ferro, arrebentando-as.
Ele foi até a mesma janela e pulou, abrindo as asas, indo de
volta para Meaniviwi.
— Continua no capítulo
14 de “Ash e as garotas contra o sobrenatural” —
Capítulo anterior (12): O que você faria no seu último dia de vida?
Eu gostaria de morrer tendo minha vida chupada.
ResponderExcluirCapítulo foda!
Eu também
ExcluirObrigado!
Mano eu não lembro disso na versão original, será que eu tô com Alzheimer.
ResponderExcluirIsso aqui é um remake/reboot xD
ExcluirE com isso, terminamos o Arco ds gostosa Samara e meu rapaz, que beijão em Ash, que beijão em. Mas eu agora tô curioso, o que será que a Anna fez para a Samara ficar full putassa da vida? Bom, isso não importa agora, o que importa é como o Ash vai sobreviver a raiva da Gostodelia.
ResponderExcluirBeijão
ExcluirHsahushs